terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Observatório parcial: 2012 é um ano político

Observatório parcial: 2012 é um ano político

2012 é um ano político

“Mais um ano se passou...” e tudo continua como sempre. O verão está mais quente que no ano passado e continuamos sem barraca e sem estrutura nas praias e na orla de Salvador. Aliás, a única boa notícia tratando-se de Salvador para 2012 será a eleição municipal. A disputa para 2012 será acirrada e apesar de ACM Neto estar liderando as pesquisas, os outros candidatos sequer mostraram as suas caras e armas. A indefinição quanto aos candidatos privilegia a situação de Neto e prejudica a possível articulação de João Henrique, pois o seu apoio passa a ser cada vez mais prejudicial por conta da inoperância da administração municipal e do péssimo desempenho perante a opinião pública.

Quanto à Copa do Mundo na Bahia, todos podemos concordar com a falta de estrutura da cidade para comportar um evento de tamanha exigência, uma das falácias, sabemos que é a mobilidade urbana, nada foi feito e a sensação real é a de que cada dia piora um pouco mais. A Transalvador, antiga Superintendência de Engenharia de Tráfego – SET mudou nome e conceito visual – trazendo um custo enorme para a Prefeitura na troca de fardamento e plotagem dos veículos mas continua com sua marcante inoperância. Aliás, seus agentes fazem um grande favor para todos nós quando entram em greve, deixando a cidade livre de grandes congestionamentos causados por suas desastrosas atuações, nos deixando a sensação de que onde realmente devem atuar, não se responsabilizam, fechando os olhos para a realidade gritante frente a todos nós. Uma das suas atuações brilhantes, é o fechamento de retornos já existentes, permitindo obras em horários inoportunos. Portanto, a imobilidade urbana de Salvador, deverá prejudicar a sua candidatura para sediar jogos importantes da Copa de 2014. Os governantes ocupam-se em discutir sobre a capacidade hoteleira, onde não consigo enxergar problema com relação à quantidade de leitos, pois, se o que existe hoje já consegue suportar a demanda do Carnaval, poderá suportar perfeitamente a demanda da Copa do Mundo. Estas discussões somente levam a um interesse, que é a aprovação da construção de novos hotéis na cidade – que beneficiará muito algumas construtoras, mas não estão preocupados com os acessos aos hotéis já existentes. Sair e chegar aos hotéis do Rio Vermelho e Ondina é um verdadeiro martírio.

O prefeito e o governador precisam ser mais enérgicos nas suas decisões. Eu sempre falo da morosidade das decisões e das ações do executivo municipal, mas também lembro a eficiência em obras públicas por parte do governo do estado. Por exemplo, a grandiosa obra da passarela que ligará o CAB – Centro Administrativo da Bahia, ao Estádio de Pituaçu. Esta obra deveria ter sido concluída em 2008 e até agora não tem qualquer sinal de conclusão. Agora, imaginem as obras para a construção do metrô?

Estou muito pessimista e volto a dizer que este é apenas mais um problema que a Bahia enfrenta, pois, sem um metrô, Salvador não sediará qualquer jogo da Copa do Mundo e no ritmo que as obras estão andando, ou seja, completamente paradas e sem planejamento por parte da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado da Bahia, não haverá metrô algum até 2014. Projeto pelo Youtube é piada! Oficialmente ainda não fora apresentado qualquer projeto sobre o metrô de Salvador e o projeto de ligação com Lauro de Freitas – que hoje tem um trânsito tão ruim ou pior do que Salvador, pois possui apenas uma via de ligação com a sua metrópole. Então, se você resolver hospedar-se na Linha Verde, não pense em assistir aos jogos da copa em Salvador, pois fatalmente pegará horas de congestionamento em Lauro de Freitas e em diversos pontos de Salvador até a chegada ao estádio.

Mobilidade urbana é de fato o tema da vez, mas não posso deixar de falar da pré campanha que os candidatos a Prefeitura de Salvador já iniciaram. São outdoors espalhados pela cidade e diversas entrevistas focadas no tema. Sinceramente não vejo problema algum nisso, o jogo político é construído com antecedência e esperar uma data para começar a falar sobre isso é deixar o povo (os eleitores) de fora das prévias da disputa, que são importantíssimas para se entender por completo o jogo político.

2012 é um ano político. Devemos inserir, sempre que pudermos o tema em nossas conversas com amigos e familiares. Precisamos encontrar uma maneira para cobrar as falsas promessas. Dizem que política não se discute – este argumento foi criado para afastar o caráter racional do debate político. Dizem que a sujeira nas ruas e a má conservação dos espaços públicos são causas de uma questão cultural. Bobagem! A culpa é da péssima administração pública que não mantém uma coleta de lixo de excelência, não instala coletores e lixeiras suficientes na cidade e não consegue distribuir sanitários públicos para os cidadãos. E por favor, da próxima vez que o seu filho passar por um monte de lixo nas ruas ou vir alguém desesperado urinando no espaço público não se esqueça de ensinar-lhe que todos podemos contribuir fazendo nossa parte, mas que o maior responsável por estes acontecimentos é o gestor da cidade, o nosso prefeito.

domingo, 18 de setembro de 2011

Noite perdida

Estou triste. Estou distante e o meu coração está apertado. Mas, é uma tristeza diferente, pois, sei quando ela irá passar. Diferente de outras tristezas sem prazo de validade. Há 42 meses não passo sequer uma noite longe do meu filhão e da minha Milinha, há 11 meses não fico sem meu Guelé. Todas as noites nestes últimos 11 meses foram complicadas e cansadas. Mas, nunca foram noites perdidas, foram apenas noites sem dormir. Hoje, longe deles, não consigo dormir, não quero dormir. Será uma noite perdida.
Não faço parte dessa nova geração "redes sociais" (apesar de tentar usar sempre) e por isso sinto muita falta do contato físico. Não sou sequer da geração celular, cresci (e sobrevivi) sem ele. Mas, sempre estive cercado de amigos e familiares. Hoje percebo que preciso ensinar aos meus filhos a importância de se cultivar as amizades reais, sem deixar de cultivar as amizades virtuais, mas nada pode ser comparado a um abraço. Hoje estou sintindo falta do abraço e dos beijos de boa noite dos meus pequenos e de comentar como foi o dia com Camila e de dar risadas sobre o que esses carinhas aprontaram.
Hoje estou triste, hoje será uma noite perdida.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Da civilização à barbárie

Quem tem filho pequeno deve entender a difícil luta que travamos com a cama. Quando o sono inicia a fase profunda vem o primeiro choro, e no meu caso, antes das 05:30 o meu pequeno Miguel já resmunga solicitando o seu colo e João já está dando – Bom dia! Certa noite estava colocando João pra dormir, (depois da mamada da madrugada), quando eu perdi o sono. Ligando a TV, assisti no Programa do Jô uma entrevista sobre turismo nas favelas do Rio. Você não entendeu errado, e eu não estava sonhando, o absurdo era exatamente este mesmo. Pessoas dispostas a pagar para presenciar ao vivo a desgraça dos outros. Fico tentando imaginar o folder de divulgação para atrair possíveis interessados. Talvez, pudesse ser assim: - “Venha conhecer o dia a dia de uma favela brasileira. Aqui você terá a emoção de assistir tiroteios ao vivo. Aproveite pra conhecer as melhores armas que podem ser encontradas no Brasil. Tudo isso com muita segurança”. Óbvio que ninguém faria uma propaganda de mau gosto como esta, mas como garantir segurança nesta situação sem acertar diretamente com os comandos dos morros? Ninguém faria um passeio nestes termos sem garantias mínimas.

Para oficializar o caos, um banco privado criou recentemente um seguro para a classe de renda baixa – Seguro bala perdida. Consiste num produto feito sob medida para as cidades onde a segurança pública não funciona. Caso você seja alvejado por uma bala perdida, ou seja, aquela que não atingiu o seu verdadeiro alvo simplesmente porque você estava no caminho, a sua família poderá requerer o benefício. Boa sorte.

O turismo exótico e o fato de empresas almejarem o lucro a partir da violência e da brutalidade dentro de uma sociedade refletem a própria característica atroz desta mesma sociedade. A indignação superficial perde espaço para a satisfação pelo espetáculo. Caso como o julgamento da família Nardoni, onde a mídia espetacularizou os mínimos detalhes, dando por vezes a sensação de estarmos diante de um reality show. A opinião pública não está interessada em justiça, não quer saber se o julgamento garantiu os direitos de todos envolvidos, ela está sim interessada nos detalhes, no sofrimento em cada rosto diante da tela, e por vezes no desejo de fazer justiça com as próprias mãos. O fato de serem inocentes ou culpados deixo para a justiça, que possui os recursos para isso, o que eu não preciso é levar imagens e fatos tão chocantes para dentro da minha casa como se estivesse levando a um bom filme para assistir. Aliás, esta tem sido a rotina de milhares de pessoas que assistem aos programas de TV no horário de almoço nos diversos canais abertos. Antigamente sentávamos à mesa e conversávamos sobre o nosso dia e sobre coisas banais, hoje tecemos comentários sobre crimes hediondos e assistimos a muita violência enquanto saboreamos a nossa principal refeição. Desta forma, estamos dizendo de forma indireta aos nossos filhos que isto é “normal”, acreditem ainda não é, mas se nada fizermos com certeza será.

A minha crença que o homem em sua origem fosse mal por sua própria natureza, e a cordialidade e a benevolência fossem uns “desvios no padrão”, sempre incomodou alguns colegas. Nascemos perversos, e somos socializados com o passar dos anos. Recebia muitas críticas e no fundo sempre aguardei os argumentos que derrubassem esta teoria. Hoje, estou certo de que não só nascemos perversos, como a socialização vem perdendo a sua força e vem deixando de cumprir com o seu papel de tornarmo-nos bons. Continuo ninando os meus filhos todas as noites e tentando imaginar como será esta sociedade quando eles estiverem com os seus filhos nos braços.

O retorno

Depois de algum tempo afastado, decido voltar a postar no meu blog. Diversas razões motivaram a minha pausa, mas a principal delas foi trabalhar na Secretaria da Administração e não poder falar de política. Hoje, já não possuo mais esta preocupação e posso afirmar que diversas outras razões motivaram o meu retorno, e a principal razão foi o incentivo de Camila - que também criou o seu blog.
Enfim, espero voltar aqui muitas vezes durante a semana.
Grande abraço a todos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Praticamente 1 ano afastado do blog (e de muitas outras coisas) vos digo caros amigos - ser pai é no míniimo maravilhoso! Estou morrendo de saudades dos meus velhos e novos amigos, e gostaria muito de compartilhar cada momento do meu pequeno. Mas isso vai ficar pra outra hora.

Pra não perder a prática, e pra que ninguém ache que eu bati a cabeça, vou lembrando que este ano teremos eleições. E que este será um ano muito importante para a política nacional. Ao contrário do que vem acontecendo na maior parte da América Latina, estamos caminhando para uma disputa de partidos de centro-direita. Será uma disputa entre o gigante PT e o fragmetado PSDB. Vai ser uma boa briga.

Voltando ao melhor assunto da pauta - João "meu filho", gostaria de dizer que educar é muito difícil. Por isso entendo a imensidão dos mal-educados que nos rodeiam. É muito mais fácil deixar o nosso filho fazer o que der na telha, mas nunca imaginei que uma criança de 1 ano e 10 meses pudesse ter tanta vontade de fazer o que não deveria fazer. Educar é muito difícil.

Falando um pouco sobre o cotidiano, estive em Morro de São Paulo no final do ano e gostei do que vi. Fazia um certo tempo que não voltava lá e, acreditem, estava tudo melhor do que antes, mais limpo, mais organizado, mais policiado. Como crítica somente o tempo que foi curto. Sobre a opinião dos nativos, ouvi muitas queixas sobre a possibilidade da instalação de um calçamento em Morro, e muitos elogios quanto ao movimento.

Sobre a minha saudosa Nazaré, estou muito triste com as notícias que recebo. Muita droga e violência. Precisamos ajudar nossa Terra Morena.

Enfim, espero que voltemos a nos falar o mais breve possível. Grande abraço.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Democracia à brasileira

Quanto mais se aproxima o dia 5 de outubro, maior a minha indignação vai se tornando. O horário eleitoral é simplesmente despresível (dos candidatos aos cargos de prefeito e vereador), as campanhas são superficiais e fúteis. Nada acrescentam aos ouvintes e telespectadores. O que surpreende é a quantidade de pessoas despreparadas, sem qualquer conteúdo a oferecer. Sei que é da base democrática oferecer oportunidades a todos os cidadãos, entretanto, gostaria que isto mudasse um dia.
Gostaria de sugerir aqui algumas mudanças nas regras eleitorais do Brasil. Primeiro: para ter o direito a candidatura para mandato eletivo, o cidadão deveria passar por um curso básico no TRE onde aprenderia os princípios dos Três Poderes, e os direitos e deveres do cargo a que está se candidatando; Segundo: Passado pelo curso (com provas escritas e orais - para diminuir o índice de corrupção) o candidato passaria por uma investigação social (como acontece com os concursos públicos); Terceiro: os candidatos apresentariam os seus projetos, e os viáveis e exequíveis seriam escolhidos para participar de uma eleição direta.
É óbvio que isto aqui foi apenas um exercício para aliviar a tensão que os candidatos que aí estão nos causam. Esta utopia seria fantástica, mas jamais passará disso - utopia. Acredito que continuaremos a ver candidatos sem preparo, corruptos de plantão e todo tipo de gente que não nos representa. Representa um sistema falho, burro, chamado "democracia à brasileira".
Boa sorte a todos nós!